quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Os pioneiros da fotografia: Louis Daguerre


Louis Jacques Mandé Daguerre nasceu em val-d'Oise a 18 de Novembro de 1787, foi um pintor, cenógrafo, físico e inventor francês, tendo sido o autor da primeira patente para um processo fotográfico.

Daguerre trabalhava com uma câmara escura, no entanto utilizava-a para a pintura. Conheceu Nièpce através do seu fabricante de lentes e desde logo ficou entusiasmado com a possibilidade de desenvolver uma técnica de reprodução visual eficiente e propôs-lhe a formação de uma sociedade.

Não se sabe bem como Daguerre se interessou pelas pesquisas na área do que viria a ser a fotografia, uma vez que não há registos de experiências feitas por ele neste campo antes de conhecer Nièpce.

A sociedade entre Daguerre e Nièpce tinha como objectivo o aprimoramento das técnicas até então desenvolvidas, mas ambos trabalhavam em sentidos opostos, uma vez que Nièpce tinha em mente uma imagem capaz de ser copiada, reproduzida, e Daguerre, como pintor, procurava simplesmente uma imagem satisfatória. Nada conseguiram em conjunto, e 4 anos após a sociedade, Nièpce falece.

Daguerre continuou, por isso, sozinho, as experiências de Nièpce e tentou-as aperfeiçoar, no entanto teve algumas dificuldades em faze-lo, só após diversas tentativas sem sucesso o conseguiu.

Primeiro, utilizou como base chapas metálicas de prata ou cobre, que já haviam sido testadas com bons resultados. Entretanto como todas as experiências de Nièpce tinham por objectivo a obtenção de uma matriz para ser reproduzida, e Daguerre, não tinha a intenção de descobrir um sistema litográfico mais avançado, deixou de lado estas experiências e começou a trabalhar com os sais de prata.

O problema dos compostos de sais de prata é que, apesar da rapidez com que apreendiam uma imagem, esta era muito rudimentar e mais, o problema da fixação ainda não estava resolvido.

Eis que, a certa altura, Daguerre consegue resolver este impasse, que afirma ter sido por mero acaso. Daguerre conta que, um dia, ao sentir-se exausto e decepcionado por não conseguir obter resultados satisfatórios, atirou uma das suas chapas para dentro de um armário e esqueseu-se dela. Alguns dias mais tarde, á procura de uns químicos, abriu a porta do armário e deparou-se com a chapa esquecida, só que esta, para seu espanto, revelava uma imagem que antes lá não estava.

Daguerre procurou, então, a razão para tal e desconfiou que havia sido por causa do mercúrio de um termômetro que se tinha partido. Fez alguns testes e o resultado foi a criação do daguerreótipo.

Finalmente havia sido contornado o problema da nitidez e da fixação. O processo era bastante simples, uma chapa métalica era tratada com vapores de iodo que se tornavam iodetos de prata (um haleto de prata) quando impregnados na chapa, tornando-a fotossensível. A chapa era, então, colocada numa câmara escura, sem contacto com a luz, e era feita uma exposição de 20 a 30 minutos.

Após a exposição, era necessário fazer o iodeto de prata converter-se em prata metálica, para a imagem se tornar visivel, e eis que entra o mercúrio, cujo vapor se tornou no primeiro sistema de revelação fotográfico anunciado comercialmente. Este foi um dos trunfos do daguerreótipo, como era convertido em prata métalica, a imagem tornava-se muito mais nitida que uma imagem realizada apartir de um haleto comum. A sua definição e riqueza de detalhes eram impressionantes.

Para fixar a imagem Daguerre utilizava nada mais, nada menos, do que cloreto de sódio, ou sal de cozinha.

No entanto, o daguerreótipo tinha algumas implicações, primeiro a imagem era tanto positiva como negativa. Na verdade, a imagem formada directamente era sempre negativa, pois a prata escurece mais e mais, á medida que recebe luz, só que a superfície de impressão era metálica, e dependendo do ângulo de visão e da incidência da luz, tornava-se positiva. Além disso, era uma imagem espelhada, ou seja, como a imagem na câmara formava-se ao contrário e não havia possibilidade de obter uma copia, a imagem mantinha-se inversa.

Daguerre produziu, com sucesso, um pequeno daguerreótipo em 1837, e a 7 de janeiro de 1839 foi enunciada a sua descoberta do novo processo na Academia de Ciências de Paris.

O daguerreótipo era uma imagem única, sem possibilidade de cópia, por estar gravada numa superfície opaca. Alguns viam tais características como limitadoras, outros como naturais, mas o facto é que o daguerreótipo tinha uma qualidade impressionante, extremamente nitida e com detalhes que por vezes nem a olho nu se conseguiriam distinguir. O sucesso foi patente.

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