sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Os pioneiros da fotografia: William Talbot e Frederick Herschel

William Henry Fox Talbot

William Fox Talbot nasceu a 11 de Fevereiro de 1800 em Inglaterra.

Em 1833 começou a trabalhar num processo para obtenção  de imagens, e desde logo começou a ter algumas dificuldades, pois não conseguia achar um meio eficaz de fixar as imagens em papel impregnado com emulsão de sais de prata (base que utilizava para registar imagens).

O que conseguiu de mais próximo foram impressões directas, por contacto sobre papel, a que ele chamou calótipo. Talbot, mais tarde, experimentou colocar o papel directamente na câmara escura, pouco antes de Daguerre. Estipula-se que Talbot nada tinha dito em relação á sua descoberta por não ter conseguido uma maneira eficiente de fixar a prata sensibilizada.

Apesar de também ter usado sal de cozinha, a fixação com solução de salmoura só funciona em chapa de metal, pois se fosse utilizada numa folha de papel, esta desmancharia-se pouco tempo depois.

Talbot, assim como Nièpce, também queria desenvolver uma maneira de copiar imagens, razão pela qual manteve-se nas experiências de papel.

Como matemático e botânico, Talbot tinha no seu círculo de amigos alguns cientistas da Royal Society de Londres, entre eles um certo John William Frederick Herschel.

Herschel, filho do famoso astrónomo que descobriu o planeta Úrano, também se interessou pela corrida á obtenção do que seria a imagem fotográfica, quando tomou conhecimento do anuncio de Daguerre em Janeiro de 1839.

Herschel queria, na verdade, um método para "fotografar" as imagens da abóbada celeste obtidas por um grande telescópio que ele próprio construio, num interesse astronómico cuja ambição era o de registar todos os corpos visíveis no céu. Este conhecia, através de Talbot, as dificuldades que envolviam os pioneiros da fotografia, e sabendo que Daguerre havia conseguido resultados satisfatórios, resolveu pesquisar ele próprio métodos que pudessem resolver tais problemas.

Ele e Talbot trocaram diversas experiências e informações durante algumas semanas, pois Herschel tinha conhecimentos muito mais profundos de química, e lembrou-se de algumas experiências feitas alguns anos antes.

Nestas tentativas, ás pressas, Herschel foi o responsável pelo súbito avanço em termos técnicos. Um avanço, que se fosse calculado seria algo como 5 anos em 1 mês.

Herschel, nas suas experiências, testou diversos sais de prata, tais como o cloreto, o nitrato, o carbonato e o acetato, concluindo que o nitrato era o mais sensível á luz. Quanto á fixação, lembrou-se que tinha testado, uns anos antes, o hipossulfito de sódio (hoje chamado tiossulfato de sódio) para interromper a acção da luz sobre a prata.

Ao retomar as experiências, agora já com novas técnicas e perspectivas, conseguiu obter um resultado perfeito. Finalmente, estava resolvido o problema da fixação fotográfica.

Mas o capítulo de Talbot ainda não terminou. Tendo descoberto um método eficiente de fixar as imagens, patenteou o calótipo em 1841, talvez numa tentativa de fazer concorrência á patente de Daguerre, não apenas no ponto de vista comercial, mas pela primazia do evento.

No entanto, Herschel, desaconselhou Talbot a promover qualquer tipo de iniciativa jurídica ou comercial contra Daguerre, uma vez que teve a oportunidade de ver os daguerreótipos antes de Talbot, que na sua opinião, comparando as obras de arte de Daguerre com as de Talbot, este não produzia mais do que vagas e desfocadas imagens.

Sem dúvida, considerando o sistema de ambos, a cópia em papel tinha grandes desvantagens do ponto de vista da nitidez e de definição, uma vez que o processo de Daguerre era directo, e o de Talbot exigia uma copia em material translúcido, o papel, que implicava uma qualidade muito inferior.

Mas convém lembrar que o seu processo era o que hoje chamamos de imagem evidente, ou seja, uma imagem que já se formava á medida que ia sendo exposta. Isso significa que a imagem não ficava latente (o controle de tempo de exposição é feita na própria observação da imagem).

Quando esta adquiria uma densidade desejável, o fotógrafo interrompia a exposição e tratava de fixar a imagem. É claro que este método tornava a fotografia extremamente lenta em termos de tempo de exposição.

Talbot então descobriu uma fórmula para obter imagens negativas latentes no calótipo, ou seja, precisava, assim como o daguerreótipo, de revelação.

Este método consistia em sensibilizar as folhas de papel inicialmente com nitrato de prata, e posteriormente com iodeto de potássio, formando o iodeto de prata. O iodeto era altamente sensível á luz, o que reduzia drasticamente o tempo de exposição, de horas para poucos minutos. Depois, eram reveladas com uma solução de ácido gálico e nitrato de prata, que após a fixação com o tissulfato de sódio eram obtidas as imagens negativas.

Este sistema permitiu que a fotografia em papel aos poucos tomasse o lugar do daguerreótipo na corrida pela melhor imagem.

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