quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Os pioneiros da fotografia: Nicéphore Nièpce


Nicéphore Nièpce nasceu em Chálon-sur-saóne, França, a 7 de Março de 1765, e foi o responsável por ter conseguido, pela primeira vez na história, gravar uma imagem fotográfica.

Nièpce, apesar de ter seguido carreira militar, interessava-se por pesquisas, tal como o seu irmão Claude, tornando-se, portanto, uma espécie de cientista amador. Ele e o seu irmão chegaram a inventar, devido ao seu empenho e dedicação, um motor a explosão.

Mas a busca pelo registo visual era um fascínio pessoal de Nicéphore, que estudou diversas técnicas reprográficas, tendo com isso feito importantes melhorias no processo de litografia.

Nièpce procurava uma possibilidade de utilizar a imagem da câmara escura, uma vez que os demais processos só permitiam reprodução de originais opacos ou transparentes e não de imagens projectadas da natureza real.

A sua primeira tentativa foi feita com o betume da judéia, uma espécie de verniz utilizado na técnica de água forte, que tem a propriedade de secar rapidamente quando exposto á luz. Esse betume possui um solvente, óleo de lavanda, que não se dissolve após ter estado em contacto com a luz, o que permitia que as partes não expostas pudessem ser removidas, formando assim uma imagem rudimentar.

Nicéphore procurou de muitas formas utilizar chapas metálicas emulsionadas com esse betume para imprimir imagens na câmara escura, mas a quantidade de luz que entrava por ela era muito pequena, considerando a provável sensibilidade do betume, da ordem de 0.0012 ISO, portanto o tempo de exposição teria que ser bastante prolongado para que se pudesse registar uma imagem perceptível, Nièpce regista 8 horas de exposição necessárias para obter uma das suas imagens. Com isso, além das modificações das sombras, pelo movimento da terra em relação ao sol, que deixava as imagens irregulares e confusas, o solvente por vezes, também se evaporava deixando a chapa inteiramente seca.


Concluindo, apenas uma das suas imagens sobreviveu dessas experiências, muito provavelmente por a ter tirado da sua janela, que permitia a entrada de luz em condições de temperatura mais amenas, evitando a evaporação do solvente.

Essa "Fotografia", de 1826, é actualmente considerada historicamente a primeira, mas o próprio Nièpce não considerava esta uma experiência bem-sucedida, pois a imagem original é um grande borrão, impossível de ser copiada e cujos contornos, para serem vistos, têm de ser observados de um certo ângulo e com luz adequada. A reprodução que hoje temos foi feita e retocada com técnicas modernas na década de 1950.

Nièpce, entretanto, com todas estas experiências acabou por desenvolver uma forma de reprodução por contacto, utilizando o betume de judéia, a que chamou "Heliografia" ou "escrita do sol".

Notas:

  • ISO: é a medida da sensibilidade de superfícies sensíveis à luz, também é conhecido como velocidade ISO ou, em inglês, ISO speed. 
  • Técnica de água forte:

Sem comentários:

Enviar um comentário